CARTA DE APOIO AO GOVERNO LULA E PELA VALORIZAÇÃO INTEGRAL DAS PUBLICAÇÕES TÉCNICO-CIENTÍFICAS ACADÊMICAS E NÃO ACADÊMICAS BRASILEIRAS

No dia de 30 de outubro de 2022, o povo brasileiro derrotou o candidato fascista via voto universal depositado na segura urna eletrônica brasileira, conforme atestado pelos órgãos competentes nacionais e internacionais. O dia primeiro de janeiro de 2023 entra para a História como o dia em que o Brasil iniciou um governo democrático que por meio da mobilização popular, poderá dar um basta ao projeto econômico, político, social, cultural e ambiental ultraneoliberal estruturado pelo golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff e que que em 2018 viabilizou a eleição de Bolsonaro por meio da prisão política e criminosa do Presidente Lula.
O governo de extrema-direita de Bolsonaro foi autoritário, elitista, negacionista, promoveu o ódio, o retrocesso civilizatório, a violência, a concentração de riqueza, a fome, a miséria, o ataque contra o meio ambiente e desmontou quase por completo a já frágil estrutura organizacional da educação básica e superior pública brasileira, Educação esta que é determinante para a formação e qualificação profissional nas diferentes áreas do conhecimento, bem como para a produção de ciência e tecnologia de ponta necessária para modernizar e desenvolver o Brasil.
Com a eleição e a posse de Lula, grande parte do povo brasileiro resgatou sua autoestima, a esperança, a liberdade de conviver com a diferença e a perspetiva de construção de um país soberano, democrático/participativo, desenvolvido e justo com todos os seus filhos e filhas.
Sem sombras de dúvidas, o Governo Lula por ser democrático e compromissado com o nosso país, investirá massivamente na educação básica e superior pública para atender a quantidade com qualidade social e produzir a ciência, a tecnologia e a inovação que necessitamos para promover o desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural para favorecer principalmente os estratos sociais mais pobres que precisam de um Estado protetor e presente. Sem o combate das desigualdades sociais e de oportunidades não conseguiremos construir um projeto de sociedade sustentável/perene e um país respeitado e com condições de ser protagonista no campo econômico e geopolítico global.
A Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Local Bauru – SP apoia o projeto de união e reconstrução do Brasil do Governo Lula e entende que é urgente a revisão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para retornar as aulas de Geografia e das demais ciências humanas nos três anos do Ensino Médio. A Geografia é uma ciência e disciplina estratégica para o desenvolvimento econômico, político, social, cultural e para a proteção ambiental. Também, é preciso a articulação de projeto nacional para regulamentar e dar o devido valor à profissão de geógrafo e o apoio do Governo Federal tem grande relevância para a sua viabilização.
Como forma de apoiar continuamente o Governo Lula, a Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Local Bauru – SP, manterá as páginas da Revista Ciência Geográfica abertas para todas as tendências acadêmicas e científicas hoje em debate no âmbito da Geografia e da Educação, visando sua divulgação e consolidação na sua pluralidade de riqueza, para continuar contribuindo ativamente para a melhoria da educação básica e superior pública e o avanço da ciência e tecnologia brasileiras para servir principalmente o povo sofrido e desprovido de direitos fundamentais.
Criada no ano de 1994, a Revista Ciência Geográfica, atualmente no formato digital, teve desde as suas primeiras edições o objetivo editorial de contribuir com a difusão e a popularização do conhecimento geográfico, diferenciando-se por publicar conteúdos geográficos voltados aos professores da educação básica regular e técnica. O intuito da Revista Ciência Geográfica sempre foi colaborar com o processo de ensino e aprendizagem escolar, ampliando o acesso ao conhecimento científico e tecnológico da Geografia e das áreas afins produzidos dentro e fora da academia. É preciso fazer o conhecimento de ponta chegar aos brasileiros que vivem nas grandes periferias urbanas e áreas localizadas nas profundezas do interior brasileiro.
Por ser uma revista que visa contribuir com a construção de uma sociedade democrática, participativa, transparente e justa, a Revista Ciência Geográfica valoriza os trabalhos acadêmicos de professores e pesquisadores nacionais e internacionais, publicando artigos independente das concepções e do posicionamento científico e político dos autores, pois entendemos ser necessária a construção a unidade no âmbito da diversidade do pensamento humano.
Através da constante atualização dos canais de comunicação e difusão editorial, conseguimos fazer a Revista Ciência Geográfica chegar até os professores de Geografia da educação básica regular e técnica via diversos canais de comunicação e relações institucionais tanto na esfera pública quanto na privada em diferentes regiões do território nacional. É uma estratégia editorial necessária para a popularização do conhecimento técnico-científico geográfico, que é sistematizado pela pesquisa acadêmica e pelas práticas de ensino e, que deve ser estendido às escolas da educação básica e à sociedade brasileira.
Como o Governo Lula tem um potencial agregador e transformador, esperamos que o Ministério da Educação (MEC), o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MICTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) implementem políticas públicas para investir nas Universidades e nos Institutos Federais com a finalidade de ampliar a oferta de ensino público de qualidade social, fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico e financiar/valorizar as publicações técnico-científicas acadêmicas e não acadêmicas, desenvolvendo novos critérios (principalmente o Qualis da CAPES) para avaliar democraticamente as referidas publicações, levando em consideração a contribuição delas na difusão e popularização do conhecimento produzido nas nossas instituições de ensino e pesquisa para transpor os limites do academicismo e chegar até os profissionais da educação básica. 
Então, é preciso superar a cultura tecnicista do publicar é o que interessa para construirmos a cultura do publicar para difundir e popularizar o conhecimento sistematizado produzido no ambiente acadêmico. A produção universitária é de extrema relevância e contribuição no processo de ensino e aprendizagem na Educação Básica e é necessário e urgente fazê lo chegar às escolas. Consideramos a elaboração e implementação de novos critérios (principalmente o Qualis da CAPES) na avaliação democrática das publicações direcionadas aos docentes da Educação Básica, levando em consideração a contribuição que representam para a difusão e popularização do conhecimento produzido nas nossas instituições de ensino e pesquisa  transpor os limites do academicismo e chegar até os profissionais da educação básica.  Temos que romper a barreira do publicar que interessa para construirmos a cultura do publicar para difundir e popularizar o conhecimento sistematizado produzido.
A expectativa é que o Governo Lula venha dar devida atenção para que as revistas periódicas técnico-científicas acadêmicas e não acadêmicas possam ter estrutura editorial robusta para difundir a ciência e a tecnologia brasileira em todas as áreas do conhecimento; o Brasil possui um número considerável de revistas que atuam com este foco.
A classificação Qualis da Revista Ciência Geográfica tem se mantido nos últimos quadriênios no patamar ‘B1’, ainda na classificação 2013/2016, quando na reunião de meio termo ocorrida em Brasília em 2019 circulou uma listagem com a classificação à época, oficiosa, na qual a revista encontrava-se no estrato ‘A3’, o que condizia com a transposição direta para os novos estratos de qualificação, que contam agora com quatro níveis ‘A’, ou seja, o terceiro nível abaixo do maior patamar classificatório.
Porém, no resultado preliminar do período 2017/2020 divulgado no dia 29 de dezembro de 2022 pela CAPES, a Revista Ciência Geográfica aparece no extrato B1, bem abaixo da classificação que poderia ocupar, inclusive abaixo do extrato ‘A’. A redução classificatória causa estranheza, uma vez que a Revista tem ampliado a sua qualidade, visibilidade, parcerias e indexações. Recentemente, viabilizamos a indexação junto ao LatinREV da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) e obtivemos o Identificador de Objeto Digital (DOI). A partir do corrente ano, a Revista Ciência Geográfica passará ser indexada na Italian National Agency for the Evaluation of Universities and Research Institutes (ANVUR).
Além do rigor técnico-científico utilizado na avaliação dos artigos publicados, um dos aspectos a ser destacado na Revista Ciência Geográfica é quanto à diagramação-designer, que conta com um profissional dedicado exclusivamente para esse fim, o aspecto gráfico resultante de estudos de design tem auxiliado a boa interpretação dos dados apresentados nos elementos de apoio ao texto, gerando fluidez na leitura e entendimento de cada artigo produzido, o que tem agradado aos autores em colaborar em novas produções e na divulgação da Revista, auxiliando inclusive, na divulgação das edições no meio acadêmico internacional, por exemplo, a América Latina, a Europa, entrando pelo continente Africano, além da China e Estados Unidos, entre outros países e culturas.
Com o golpe de 2016 e a eleição de Bolsonaro em 2018, aparentemente os critérios de avaliação passaram adotar e valorizar as métricas tecnicistas e neoliberais mercantis para classificar publicações técnico-científicas em diferentes extratos de classificação, deixando transparecer que a qualidade do projeto gráfico e a diagramação profissional (não amadora) e a facilidade de acesso aos artigos publicados que recebem constantes elogios de renomados profissionais da Geografia e de ciências afins do Brasil e do exterior transparece que não são considerados na avaliação do Qualis das revistas na CAPES.
Quais foram os critérios empregados para definir o Qualis da Revista Ciência Geográfica? Por que a Revista Ciência Geográfica teve o Qualis B1 a ela atribuído? Além da periodicidade regular, a Revista Ciência Geográfica não exige financiamento por parte dos(as) autores e autoras, mantendo-se exclusivamente através das contribuições individuais e de instituições parceiras públicas e privadas; não obtendo até o presente momento, apoio financeiro de nenhum órgão de fomento estadual e federal.
A Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Local Bauru – SP, jamais enviou ou enviará convites para autores e autoras de artigos publicados em outras revistas de Geografia e das demais áreas do conhecimento, para republicar seus artigos na Revista Ciência Geográfica, estipulando o pagamento de um determinado valor para cada artigo.
Porém, sempre recebemos relatos de autores(as) de artigos publicados nas inúmeras edições da Revista Ciência Geográfica que receberam convites de revistas periódicas nacionais e internacionais de diversas áreas do conhecimento para republicar os seus artigos. Relatam que os valores cobrados para republicar os artigos são estipulados nos próprios convites; as revistas canibais geralmente divulgam amplamente que hipoteticamente estão no extrato A do Qualis.
Então perguntamos: é ético fazer este tipo de jogo para ganhar dinheiro para difundir o conhecimento que deveria ser socializado gratuitamente? Essas revistas não estão agindo de forma mercantil e predatória? Como grande parte delas aparentemente estão no extrato A e a Revista Ciência Geográfica que nunca cobrou nada para publicar artigos e sempre atuou de forma ética, transparente, democrática e responsável estar no extrato B do Qualis?
Além do rigor técnico-científico da seleção dos artigos publicados e das indexações (muitas delas possuem métricas neoliberais e mercantilistas), a qualidade do projeto gráfico/diagramação e a facilidade de acesso aos artigos deveriam contar. Tem periódicos eletrônicos que a plataforma utilizada para alojar os artigos é tão burocrática, que dificilmente um professor da educação básica que possui uma jornada exaustiva de trabalho terá tempo disponível para poder acessar um determinado artigo de seu interesse para utilizar na sala de aula. Na nossa opinião, as publicações periódicas técnico-científicas acadêmicas teriam que ter presença mais efetiva nas escolas de educação básica e aos estratos sociais menos favorecidos da sociedade brasileira.
No Relatório do Qualis Periódicos - Área 36: Geografia, aponta que foi adotado um “repertório de procedimentos para classificação de periódicos nacionais, que agrega a análise de aspectos editoriais qualitativos e quantitativos”; no caso da Revista Ciência Geográfica, aparentemente não foi levada em conta a qualidade da sua editoração por meio de um projeto gráfico/diagramação profissional.
Ao fazermos a leitura do referido Relatório, percebemos que não há nenhuma menção sobre o papel das publicações periódicas técnico-científicas na difusão e popularização do conhecimento geográfico no âmbito da sociedade brasileira. Também, não existe nenhuma menção que valorize a conexão do conhecimento acadêmico com a Educação Básica. No entanto, transparece que vale mais as indexações das publicações periódicas em plataformas de banco de dados tecnicistas e academicistas neoliberais do que a difusão e a popularização do conhecimento para melhorar a qualidade da educação básica e a vida das pessoas que estão nos estratos mais pobres da sociedade brasileira.
Como apoiamos a eleição e o projeto do Governo Lula, Esperamos que o Governo Lula resgate a educação, a ciência e tecnologia que fora, duramente atacadas a partir do Golpe de 2016 e da ascensão do governo de extrema-direita que tanto mal fez ao Brasil. É preciso resgatar a participação democrática no âmbito da Educação Básica/Superior e a difusão/popularização do conhecimento por meio das publicações periódicas técnico-científicas impressas e digitais tem um papel ímpar nesta empreitada para instruir a gente sofrida do povo e garantir a mobilização permanente das camadas sociais populares para construímos um país desenvolvido, justo e democrático.
Depois da tentativa de golpe orquestrada pelo bolsonarismo no dia oito de janeiro do corrente ano por meio dos ataques terroristas, fascistas e criminosos que vandalizaram os Três Poderes da República em Brasília, temos certeza de que a mobilização popular é um caminho viável que temos para defender o Governo Lula e a jovem democracia brasileira. Difundir e popularizar conhecimento formal é fundamental para conscientizar, libertar e transformar construtivamente as camadas sociais menos favorecidas da sociedade brasileira.
Vimos salientar o papel importante da Revista Ciência Geográfica que se dedica a dar visibilidade às pesquisas de geógrafos imbuídos no ensino de Geografia, linha das mais importantes de atuação de nossa Ciência, procurando assim contribuir no aprimoramento dessa ação que consubstancia, sobremaneira, a evolução do espaço no contraponto de um mundo desigual. Apesar de oferecer espaço e dar voz aos que estão envolvidos nos diferentes níveis do ensino de Geografia, as pesquisas verticalizadas pelos programas de pós-graduação nacionais e internacionais estão sempre, e majoritariamente, presentes nos quatro volumes anuais e edições especiais, unindo a principal atuação à pesquisa de qualidade que orientem os artigos publicados.
É preciso conceber uma política pública de indexação e avaliação das publicações técnico-científicas vinculadas ou não a academia para ofertar transparência aos editores quanto aos aspectos que, apesar de nossos esforços em aperfeiçoar as edições, inclusive em designer gráfico e em projeto comunicativo, não foram responsáveis pela drástica desqualificação da Revista Ciência Geográfica. Salientamos que o que possa parecer demérito, aos olhos de uma avaliação pautada nos currículos dos autores, é amplamente valorativo sob a óptica qualitativa o papel de se equiparar a voz desses acadêmicos à dos que fazem do ensino da Geografia sua profissão.
A Revista Ciência Geográfica aumentou sensivelmente o número de citações de artigos nela publicados, de acessos diários, de parcerias institucionais com Universidades, Faculdades públicas e privadas e instituições nacionais e internacionais, fato que deveria contribuir para elevar a sua classificação no Qualis. A citação dela no Google Acadêmico, por exemplo, é considerável por apresentar um bom Índice H de 2018 até a presente data; o dobro em relação a inúmeras revistas que estão no extrato A do Qualis. O seu índice i10 também não é nada desprezível.

https://scholar.google.com.br/citations?hl=pt-BR&user=f9UWDdAAAAAJ


Por atuar de forma independente e democrática, a Revista Ciência Geográfica procura manter-se deslocada do viés técnico/academicista presente em muitas publicações científicas dentro e fora da Geografia. As suas páginas sempre estarão abertas para todas as ideias e tendências acadêmicas e científicas hoje em debate no âmbito da Geografia, visando contribuir com todas as formas de ação e pensamento que ponham a Ciência Geográfica brasileira junto aos que buscam a construção de um mundo justo, democrático e participativo, razão pela qual apostamos no poder pacificador, construtor e transformador do Governo Lula.

Diretoria Executiva da Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Local Bauru – SP
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Bauru – SP, 31 de janeiro de 2023.
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